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27/01/2013 - Venda de imóveis compactos cresce em São Paulo.
DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO
Venda de imóveis compactos cresce em São Paulo
Construtoras apostam em apartamentos pequenos de alto padrão em SP
Em vez de se hospedar em um hotel por um mês ou mais, o executivo ficaria num desses imóveis. Já o contrato de aluguel não sofreria alterações. "Feito por um ano ou mais, pela própria empresa em que o funcionário trabalha, hospedaria diferentes trabalhadores em diversas épocas do ano", diz Ricardo Stella, diretor da Trisul.
Ze Carlos Barretta/Folhapress |
Carin Burin comprou dois imoveis pequenos de padrão elevado para investimento |
Quanto ao valor da taxa de condomínio nos novos empreendimentos, as incorporadoras preferem não fazer estimativas, alegando que eles estão em fase de lançamento ou em obras.
José Roberto Graiche Júnior, diretor jurídico da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), prevê que os futuros moradores desses compactos não pagarão mais de taxa condominial do que em um similar maior e de mesmo padrão.
Ele calcula em cerca de R$ 15 por metro quadrado o valor da taxa, preço médio praticado em condomínios de empreendimentos de mesmo perfil, o que dá R$ 525 para um apartamento de 35 metros quadrados.
De acordo com Júnior, os "acréscimos" ficarão por conta dos serviços pagos por uso. Ainda assim, ele considera essa uma alternativa mais econômica do que contratar "por fora", porque o condomínio, segundo ele, trabalha com grande escala, fazendo os custos caírem.
"A arrumação básica, nos que têm esse serviço à parte, costuma sair em torno de R$ 45 o dia, mais barato que contratar uma diarista", pondera Júnior.
Para tentar atrair um comprador que busque morar no imóvel, algumas incorporadoras permitem que o cliente escolha a planta, em alguns casos sem acréscimo no valor.
O objetivo é fazer com que o comprador tradicional, que busca um imóvel com um ou dois dormitórios, não desista dos negócios ao deparar com um estúdio.
João Mendes, diretor comercial da Setin, diz que no caso de um lançamento multiúso no Pacaembu, previsto para este semestre, o consumidor poderá optar por um estúdio ou um dormitório no imóvel, com o mesmo tamanho (50 metros quadrados) e pelo mesmo valor.
O Igloo, da BKO, também permite a inclusão de paredes sem cobrar a mais por isso, diz Joe Khzouz.
A administradora de empresas Carin Betania Burin, 37, já comprou dois imóveis compactos de alto padrão -um em Curitiba e outro na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo). Mas diz que não moraria em nenhum deles.
"O acabamento é ótimo e a localização, também. Mas prefiro continuar no meu apartamento de 89 metros quadrados", diz a investidora.
Segundo Joe Khzouz, CEO da incorporadora BKO, imóveis menores, mesmo com elevado número de serviços, são mais afinados com jovens solteiros ou casais sem filhos.
Para compensar a falta de espaço na unidade, o condomínio oferece serviços como lavanderia e diferentes tipos de espaços para confraternizações (ver quadro ao abaixo).
Apesar de não agradar a quem busca um imóvel grande, o tamanho de um apartamento compacto é um dos responsáveis pelo preço mais baixo, em relação a outros de padrão elevado.
A diferença ocorre devido ao tamanho, não por diferença no valor do metro quadrado, também alto, em geral, a partir de R$ 10 mil. Comparando um de 35 metros quadrados com outro de 220 metros quadrados, a diferença é de R$ 1,85 milhão.
VENDAS
De acordo com o Secovi-SP (sindicato da habitação), com base em dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), imóveis residenciais com menos de 45 metros quadrados representavam 8% das vendas em 2009 na cidade de São Paulo.
Em 2012, até novembro (dado mais recente), ficou em 14% - alta de seis pontos percentuais no período. A participação também cresceu nos lançamentos e foi de 10% em 2009 para 16%.
Considerando apenas novembro de 2012, o percentual é ainda mais expressivo: 34% dos lançamentos e 24% das vendas.
"Em Alphaville, vendemos um empreendimento muito mal em 2010. Com um compacto, ocorreu o contrário, e esgotamos 180 unidades num único dia", diz Khzouz, da BKO.
Elbio Fernández Mera, vice-presidente de comercialização e marketing do Secovi-SP, observa que a tendência em grandes cidades como Paris e Nova York é de apartamentos compactos para jovens solteiros ou para quem busca morar perto do trabalho. "São Paulo está indo nesse caminho", completa.
Marcelo Dzik, diretor de incorporação da Even, que lançou no mês passado o London SP Residence (na Consolação), com esse perfil, descarta excesso de oferta. "Esse tipo de produto não existia em bairros nobres."
Carolina Daffara/Editoria de Arte |
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Fonte: A Folha de São Paulo